Seca deixa 100 municípios em situação crítica
Tribuna da Bahia
 
       Os prefeitos baianos estão sofrendo com a seca que continua atingindo mais de 100 municípios. O presidente da UPB, Orlando Santiago fez a constatação diante dos inúmeros telefonemas e apelos dos prefeitos à instituição.

     Na última segunda-feira, diversos prefeitos estiveram reunidos com Orlando Santiago para discutir o assunto. Na oportunidade Orlando pede ao governador do Estado que se sensibilize diante desta tragédia da natureza. Pede mais empenho para amenizar as angústias dos gestores baianos diante dos seus parcos recursos, além das despesas com carros-pipa.
“A população da Bahia não pode continuar neste sofrimento”, disse. A Bahia tem 276 cidades inseridas na região do semi-árido, onde vivem 47% da sua população, estimada pelo IBGE em 13 milhões de pessoas. O prefeito de Gavião, Joaquim Cunha disse que a economia da região é baseada no sisal, leite e venda de pequenos e grandes animais. Com a seca prolongada, a economia da região pára e a população sofre. Pelo menos um milhão de pessoas que vivem na zona rural baiana estão sendo penalizadas com a seca que assola o estado.

        O prefeito de Conceição do Coité, Ewerton Rios Filho informou que seu município não teve inverno o ano passado e a situação se agravou agora. A conseqüência reflete no comércio, queda nas vendas, baixa arrecadação monetária com a queda na qualidade do produto (fibra do sisal ressecada), diminuindo a oferta para o exterior, “já que o nosso município é o maior exportador de sisal do Brasil. Como conseqüência, muitas empresas exportadoras de sisal foram obrigadas a reduzir a linha de produção promovendo férias e também demitindo funcionários para se adequar a escassez do produto”. Mesmo Conceição do Coité tendo rede de água tratada em quase todo povoado, nessa época o consumo aumenta “já que toda a residência tem o sistema Coité que capta água da chuva. Não chovendo aumenta a demanda de água da Embasa”. A situação no município de Pé de Serra ainda é pior. Tem povoado que não chove há dois anos e o sofrimento, segundo o prefeito José Carneiro Rios é grande com animais morrendo e a população desesperada cobrando suprimento. A cidade possui cerca de 14.161 habitantes e, até o momento, nenhum carro-pipa chegou à localidade.
 
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