Alta
de mais de 200% afastou o alimento da mesa dos baianos
O feijão atingiu alta de 64,48% em janeiro,
se comparado a dezembro último. A leguminosa
impulsionou um aumento de 9% da cesta básica
em Salvador no último mês, aliada a
outros produtos que também tiveram alta,
como o tomate (24,75%) e o óleo (12,33%).
Segundo o Dieese, foi a maior variação
entre 16 capitais pesquisadas.
O aumento do preço
do produto atinge as prateleiras dos supermercados
de todo o país e foi causado por alterações
climáticas. "A colheita foi prejudicada
devido a um longo período de estiagem enfrentado
no ano passado", explica Nádia Vieira,
economista do Dieese.
A escassez de chuva
atingiu Paraná, São Paulo, Minas
Gerais e Bahia - estados responsáveis pelo
plantio de feijão no Brasil -, comprometendo
o estoque da primeira safra 2007/2008. Na Bahia,
a produção está centralizada
nos municípios de Irecê e Barreiras.
Segundo o Centro de Inteligência do Feijão
(CIF), o Brasil é o maior produtor e também
consumidor do produto.
De acordo com a
Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), uma
saca de feijão preto, com 60 quilos, custava
no ano passado entre R$ 30 e R$ 35. Atualmente,
está avaliada em R$ 130, em média.
Já o feijão carioca, o mais consumido
no Nordeste, tem o preço ainda mais alto,
em média varia de R$ 180 a R$ 235.
Para o engenheiro
químico José Roberto Chagas, 41
anos, a situação compromete a qualidade
da alimentação do brasileiro. "Quem
tem o padrão de vida um pouco melhor, dá
um jeito e continua comprando o feijão,
mas fica inacessível para muita gente que
tem o feijão como alimento principal",
avalia. No último mês, Chagas comprou
quatro quilos de feijão para a empregada
doméstica, mãe de três filhos,
que trabalha na sua residência. "Não
foi um agrado, é que realmente está
muito caro para quem ganha um salário mínimo",
considera.
Embora os números
causem impacto significativo no bolso do consumidor,
a expectativa é que o valor do produto
entre em queda ainda este ano. "O início
do ano é marcado por chuvas. O plantio
será recuperado, teremos uma safra melhor,
que vai regularizar a oferta e, dessa forma, diminuir
o preço final para o consumidor",
analisa Vieira.
De acordo com a
Conab, um dos fatores que levará à
redução dos preços é
a recuperação de 29% da área
plantada na segunda safra do feijão noParaná.
Serviço:
Confira a última cotação
referente ao dia 13 de fevereiro
Saca 60 Kg do Feijão
Carioca
Chapecó
(SC) :: R$200
Irece (BA) :: R$210
Goiânia (GO) :: R$220
Unaí (MG) :: R$175
T1 Extra Novo Atacado (SP) :: R$217,50
Saca 60 Kg do Feijão
Preto
Chapecó
(SC) :: R$113
Guarapuava (PR) :: R$120
Goiânia (GO) R$133
T1 Extra Novo (SP) :: R$142,50
Fonte: Centro de
Inteligência do Feijão (CIF)