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P I R Á E M F O T O S & D
A D O S
NOTÍCIAS
DE IPIRÁ E REGIÃO
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Quadro
negro da educação
Fonte
(Tribuna da Bahia) |
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O
caos se estabeleceu na seara da educação
baiana. Há mais de 30 dias os professores da
rede estadual de ensino estão em greve e a
perspectiva de retorno às aulas dos milhares
de alunos, prejudicados em todo o Estado com a queda-de-braço
entre o governo e a classe, que reivindica melhores
salários e condições de trabalho,
é remota. De um lado o poder executivo acena
que só retornará à mesa de negociações
se os mestres voltarem para o batente e ainda ameaça
cortar salários e pontos. Do outro, o comando
de greve avisa que não aceita nenhum tipo de
pressão, fato que contribui para complicar
mais ainda a situação que tende a se
agravar. Já os estudantes universitários
entraram em cena ontem e promoveram uma ocupação
simbólica da Reitoria da Universidade Federal
da Bahia, em solidariedade aos servidores que estão
de braços cruzados. Para completar o momento
dramático vivido pela educação,
universidades estaduais estão paradas. Como
se pode notar, o quadro da educação
na Bahia é mais negro do que os tradicionais
de salas de aula, hoje entregue às moscas por
falta de um entendimento entre governo estadual e
representantes dos profissionais do ensino.
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Quebra-de-braço
prejudica os alunos |
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Aumenta
a quebra-de-braço entre os professores e o
governo do Estado. Enquanto o governo federal tenta
estabelecer um Piso Salarial Nacional para a Educação,
os professores da rede estadual da Bahia permanecem
em greve. Se de um lado o governador Jaques Wagner
mantém a posição de retomar as
negociações somente quando os docentes
voltarem às salas de aula e cortar os salários
caso eles permanecem de braços cruzados, do
outro, o comando de greve reafirma que não
aceita qualquer tipo de pressão. Hoje, os professores
se reúnem às 9 horas no Colégio
Iceia, Barbalho, para mais uma assembléia.
Ontem, os professores aproveitaram a oportunidade
de encontrar com o secretário de Educação
Adeum Sauer, na Fundação Luís
Eduardo Magalhães, Centro Administrativo da
Bahia (CAB), onde aconteceu o I Seminário Estadual
da Política Nacional da Educação,
para reforçar que o movimento grevista continua
na luta por melhores salários e condições
de trabalho. “O governo não atende as
nossas reivindicações, principalmente
o reajuste de 17,28 %. Os 4,5 % concedido é
muito pouco”, afirmou o diretor da APLB, Joel
Câmara.
O encontro que, na verdade, discutiria as novas ações
e diretrizes do Plano de Desenvolvimento da Educação
e as inovações do Fundo de Manutenção
e Desenvolvimento do Ensino Básico e de Valorização
do Profissional de Educação (Fundeb)
serviu mais como palco para um protesto público
dos professores. “O governador demonstra atitude
irresponsável e insensível com a causa
da educação. As declarações
ditas por ele mostra com clareza que desconhece a
realidade do nosso Estado quando afirma que apenas
20% das escolas do interior estão em greve”.
A greve que já se arrasta por mais de 30 dias
mantém adesão, segundo a APLB, em 80%
na cidade de Itabuna, 100% em Itajuípe, Buerarema,
Ubaitaba e São José da Vitória
e adesão de 50% em Aurelino Leal e 70% em Itapé.
No entanto, o sindicato reconhece que alguns professores
começaram a retornar para as salas de aula.
Em Uruçuca, Una, Canavieiras e Itacaré,
o sindicato afirma que não há adesão
dos professores à greve.
Segundo Câmara, não faz sentido Wagner
querer comparar a realidade dos professores estaduais
com os da rede municipal que aceitaram um aumento
de 5% concedido pela prefeitura para retornar as atividades.
“Os salários deles são bem maiores
e sem falar que, vai ser pago de uma vez só
retroativo a maio. Já o nosso, o governador
quer nos dar um aumento de 4,5% apenas e ainda dividido
em duas vezes”, ressaltou.
O diretor da APLB lamentou a situação
dos cerca de 1.200 alunos da rede estadual ficarem
por tanto tempo sem aula, o que pode comprometer inclusive
as férias do ano letivo, mas alegou que a greve
é extremamente necessária. “A
culpa não é nossa e sim do governo que
fechou as negociações. Estamos preocupados
com os alunos, mas é uma questão de
paciência. Os professores até mesmo para
se atualizar precisam de melhores salários”,
comentou Câmara.
Revoltado com a demora do governo de tomar uma posição
satisfatória, o professor César Carneiro
acredita que há meios para a captação
de recurso que daria para atender o reajuste de 17,
28% como pretendem os docentes. “Não
entendemos um governo que tem R$ 834 milhões
de superávit e a Lei de Responsabilidade Fiscal,
que permite um investimento de mais de R$ 600 milhões
para o pagamento do funcionário público,
negar um reajuste que daria em torno de R$ 7 milhões”,
disse.
O secretário Adeum Sauer, que participou do
seminário sobre Política Nacional de
Educação a convite do deputado Zilton
Rocha (PT), presidente da comissão de educação,
após ouvir as queixas dos professores reafirmou
a posição do governo do Estado. “O
problema estrutural na educação pública
está na sua base. É evidente que há
uma crise e que não começou agora. Por
muito tempo os docentes desejaram aumento salarial
bem mais elevado, expectativa essa que foi reprimida
e agora frustrada. Só vamos retomar as negociações
quando os professores retornarem as suas atividades”,
esclareceu.
A deputada federal e relatora do projeto Fundeb, Fátima
Bezerra, reconheceu que o problema salarial dos professores
não é exclusivamente dos baianos, mas
do Brasil e em especial da região Nordeste.
“Temos agora a expectativa de melhorar o quadro
com o Fundeb, porém não é nada
imediato. O piso salarial será uma realidade
no País”, pontuou. |
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Estudantes
ocupam a Ufba |
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Foi
só um alerta, mas a cena poderá se repetir
nos próximos dias, ou logo após o período
das férias do meio do ano, ou seja, no início
do segundo semestre. Uma centena e meia de estudantes
universitários ocuparam ontem, pela manhã,
a Reitoria da Universidade Federal da Bahia, com faixas
e palavras de ordem, num ato simbólico de apoio
à greve dos servidores públicos, que
entra hoje no 18º dia, e de reivindicações.
“ O nosso objetivo é também estarmos
solidários com os estudantes de São
Paulo que ocuparam a USP há 42 dias em luta
contra o fim da autonomia universitária, conforme
desejo do governo paulista. Também aproveitamos
para acrescentar as nossas reivindicações,
entre as quais a construção de quatro
novas universidades – a do Litoral Norte, Estadual
de Jequié, do Vale do São Francisco
e do Extremo Sul -, eleição direta para
reitor e demais dirigentes, assistência estudantil
e pela reserva de vagas para estudantes de escolas
públicas”, relatou o estudante de Comunicação
Social Juremar de Oliveira, presidente da União
dos Estudantes da Bahia.
O ápice da ocupação da Reitoria
ocorreu por volta das 11h, quando estudantes universitários
e secundários de Salvador e municípios
da região metropolitana, se encontraram no
local com os servidores que realizaram, no ato, uma
assembléia. O evento ganhou força e
visibilidade com a presença de três carros
de som e dezenas de faixas, atraindo a atenção
de quem passava pelo bairro do Canela.
“ Logo que acabe a greve das universidades estaduais
e dos servidores da Ufba, pretendemos realizar um
grande movimento em torno da construção
das novas universidades que promoverão o crescimento
regional do estado, evitando que os estudantes venham
para Salvador enfrentar dificuldades e morar de favor.
A Bahia é hoje a Segunda menor comunidade acadêmica
do país em números relativos. Só
perdemos para o estado de Alagoas. Este quadro tem
que mudar”, declarou o presidente da UEB.
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