Após o início dos torneios femininos
de futebol e handebol, o Rio de Janeiro viu nesta
sexta-feira a cerimônia de abertura oficial
da 15ª edição dos Jogos Pan-Americanos,
realizada no estádio do Maracanã, no
Rio de Janeiro (RJ). A festa, que tinha início
programado para às 17h, começou com
cerca de uma hora de atraso e ficou marcada pela rejeição
a Lula.
O presidente foi diversas vezes vaiado pelo público
na abertura de um evento que custou cerca de R$ 1,8
bilhões aos cofres do governo federal --o custo
total dos Jogos é de R$ 3,7 bilhões--
e, decepcionado, abriu mão de fazer o discurso
que abriria a competição --foi substituído
pelo presidente do COB e do Co-Rio, Carlos Arthur
Nuzman.
Ao contrário do que era esperado pelo governo
brasileiro, o evento não contou com a presença
das principais lideranças do continente. Segundo
o Palácio do Planalto, compareceram representantes
de apenas cinco países, entre chefes de Estado
e chefes de governo: Panamá, Honduras, Canadá,
Antígua e Barbuda, Aruba e Antilhas Holandesas.
A cerimônia começou com a execução
do hino nacional, por Elza Soares. Na seqüência,
Ana Costa cantou a música-tema da competição,
um "samba exaltação" criado
pelos paulistas Arnaldo Antunes e Liminha, que foi
criticada por alguns sambistas do Rio, como Neguinho
da Beija-Flor e Eduardo Knapp.
As maiores vaias ficaram por conta da delegação
dos Estados Unidos, que só ouviu coro menor
do que o presidente Lula quando este aparecia no telão.
Outra delegação a receber considerável
vaia foi a da Venezuela, uma das últimas a
entrar no Maracanã. Dentre os países
preferidos do público estiveram Cuba, que entrou
com as cores verde e branco, Haiti e México,
além do Brasil.
Pelo que foi agendado pela comissão organizadora,
Lula abriria oficialmente os Jogos, mas o fato estranhamente
foi feito por Carlos Arthur Nuzman, provavelmente
para evitar o constrangimento ao presidente.
Após passar por 51 cidades brasileiras em 38
dias de viagem, a tocha pan-americana entrou no Maracanã
nas mãos do velejador Torben Grael, dono de
duas medalhas de ouro em Olimpíadas. Depois,
passou por diversos outros nomes importantes da história
recente do esporte nacional até chegar a Joaquim
Cruz, ouro em Los Angeles-1984 no atletismo, que acendeu
a pira. A festa foi encerrada com um show da cantora
baiana Daniela Mercury.
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