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 Os efeitos da greve
         Ano letivo ameaçado e Merenda perdida
                                                                                  TRIBUNA DA BAHIA
      
Cerca de um milhão de alunos permanecerão sem aula e com sérias ameaças de ter o ano letivo prejudicado. A manutenção da greve dos professores da rede estadual, decidida ontem em assembléia geral, poderá pôr em risco o ano letivo e provocar prejuízos ao ensino de milhares de estudantes. Quando a paralisação foi iniciada, há 35 dias, a maior parte das mais de 1.500 escolas estaduais concluíam ainda a segunda unidade. O atraso poderá custar o recesso junino e as férias de final de ano. Com docentes de braços cruzados, as escolas permanecem fechadas e nem mesmo laboratórios e bibliotecas voltam a funcionar.
De acordo com o presidente da APLB - Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Estado da Bahia, Rui Oliveira, os prejuízos são de responsabilidade do Estado. “Não existe possibilidade de suspensão da forma que o governo quer nos impor. Se a paralisação se estender, de modo a inviabilizar o ano letivo, a responsabilidade será do governo e não nossa”, afirmou. Oliveira se mostrou decidido a apoiar a paralisação dos colegas e disse ainda que, caso não haja negociação satisfatória, os professores permanecerão em greve mesmo depois do recesso junino. “Não nos interessa o aproveitamento do recesso junino. Se não houver negociação, passaremos o São João em greve”, completou.
O presidente da APLB-Sindicato disse ainda que o movimento está forte e decidido a enfrentar o que chamou de “truculência do governo”. Segundo ele, a luta dos docentes é por salários justos e melhores condições de trabalho. “Do modo que está, nós não estamos tendo nenhuma motivação para estarmos nas salas de aula. Não é desse modo que iremos combater o analfabetismo na Bahia. Nós queremos uma valorização da atividade do professor. Essa é a proposta do nosso movimento, que está forte e coeso, tanto na capital quanto no interior”.
No último dia 30 de maio, a Justiça determinou que os professores suspendessem a paralisação e voltassem às salas de aula sob pena de multa de R$20 mil, por cada dia de permanência da greve. A APLB-Sindicato recorreu da decisão, porém ainda não foi julgado. A decisão judicial foi reflexo de uma ação civil pública impetrada pelo governo através da Procuradoria Geral do Estado. “O governo chegou a anunciar que iria mandar prender os sindicalistas, o que é um absurdo. Acho que eles devem se preocupar em prender aqueles da Operação Navalha”, criticou Oliveira.