Audiência pública defende criação de novas varas de assistência à mulher.
 
                 Manoel Hito
 
   
      A criação de novas varas de atendimento especializado a mulher, foi defendida, na audiência pública promovida pela Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher da Assembléia Legislativa, da qual participaram os secretários da Justiça Cidadania e Direitos Humanos (SJCDH), Marília Muricy, e da Promoção da Igualdade, Luiz Alberto dos Santos. Foi consenso entre os que compareceram à sessão, que o número de vagas existentes Estado é insuficiente - apenas três para dar assistência à população feminina baiana.
Os dois secretários lembraram que não se combate a violência apenas por mecanismos repressivos. “Atrás de toda violência, está a incapacidade do homem de se ver no outro”, afirmou Muricy, ressaltando também a importância da criação das novas varas para que as mulheres sejam assistidas e tenham seus direitos verificados e atendidos.
Stella Taquete, representante da ministra da Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres da Presidência da República, Nilcéa Freire, explicou que após a implantação da lei, a violência doméstica e familiar ganha uma tipificação que a faz ser tratada de modo especial. “As denúncias, a partir de agora, vão muito além de uma ocorrência policial, já que, obrigatoriamente, elas serão investigadas e vão originar um processo judicial”, acrescentou.
A audiência, convocada pela presidente da comissão, deputada Marizete Pereira, teve o objetivo de discutir a Lei Maria da Penha Maia (Nº 11.346/06), em vigor desde setembro de 2006, e que criou mecanismos para coibir a violência doméstica e familiar contra a mulher.
O nome da lei homenageia a biofarmacêutica, Maria da Penha Maia Fernandes, 61, vítima de duas tentativas de homicídio feitas por seu marido, em 1983, deixando-a paralítica. A partir daí, Maria da Penha começou a atuar em movimentos sociais contra violência e impunidade e hoje é coordenadora de Estudos, Pesquisas e Publicações da Associação de Parentes e Amigos de Vítimas de Violência (APAVV), no Ceará.