Sesab recomenda medidas contra rubéola e sarampo
 
                 Manoel Hito
 
16-01-08
 
      A Diretoria de Vigilância Epidemiológica da Secretaria da Saúde faz uma série de recomendações à população e aos profissionais de saúde, com o objetivo de evitar a possibilidade de reintrodução do vírus do sarampo e a propagação do vírus da rubéola no estado no período de Carnaval, quando é grande o fluxo de turistas, principalmente em Salvador.

       Uma delas, é a vacinação dos grupos considerados de risco – viajantes, profissionais de turismo, de saúde, do sexo, além da comunidade aeroportuária, taxistas, rodoviários, caminhoneiros, agricultores itinerantes e trabalhadores do Carnaval.

        A enfermeira Fátima Guirra, coordenadora do Programa de Imunização da Sesab, explica que as medidas foram adotadas porque o estado enfrenta um surto de rubéola desde setembro do ano passado, com 114 casos confirmados, em 12 municípios. No caso específico do sarampo, a enfermeira adverte que a ocorrência de surto da doença na Alemanha, com 95 casos confirmados, aumenta a probabilidade de reintrodução do vírus, por meio do turismo. “Durante a alta estação, especialmente no Carnaval, o risco de ocorrência de surtos de rubéola e sarampo aumenta por conta da intensa aglomeração populacional”, enfatiza.
Outras recomendações

        A notificação imediata e a investigação dos casos suspeitos de sarampo e rubéola e a vigilância intensificada nos portos, aeroportos, rodoviárias, estações de transbordo e circuitos carnavalescos, são condutas recomendadas pelos técnicos da vigilância epidemiológica para todos os profissionais de saúde, que também devem realizar o bloqueio vacinal, frente aos casos suspeitos das duas doenças, até 72 horas da notificação.

        A Sesab vem desenvolvendo ações para o controle de surtos das doenças, como a busca ativa de casos suspeitos nas unidades de saúde públicas e privadas e a intensificação das ações de vacinação de rotina, reforçando o acesso do grupo masculino até 39 anos de idade e mulheres até 49 anos. As recomendações e orientações da secretaria foram encaminhadas a todos os órgãos que atuam na área de turismo, sindicatos de taxistas e rodoviários, blocos carnavalescos, entidades de classe dos profissionais de saúde e diretorias regionais de Saúde, Central do Carnaval, entre outros.

        O risco, associado ao surto de rubéola, está relacionado ao aumento da incidência de casos de síndrome da rubéola congênita, conforme explica Fátima Guirra, acrescentando que o vírus, ao infectar gestantes, é transmitido ao feto pela placenta, podendo provocar aborto espontâneo e malformações congênitas. Na Bahia, até janeiro deste ano, cinco gestantes foram infectadas pela rubéola. Com relação ao sarampo, ela lembra que o último surto da doença, na Bahia, ocorreu em 2006, relacionado a vírus importado.