Professores
desafiam Justiça
e
mantêm a greve
- Cristina Ribeiro
Apesar
da liminar expedida pela 5ª Vara da Fazenda Pública
exigindo a volta às aulas no ensino estadual
dentro de 24 horas, a categoria decidiu em assembléia
manter a greve. O descumprimento da ordem judicial
implica na multa diária de R$20 mil ao sindicato.
Os professores da rede estadual estão indignados
com o posicionamento do governo que além de
não priorizar a educação, quer
aniquilar o direito de greve assegurado constituicionalmente.
“O governador Jaques Wagner, que publicou o
decreto para a retomada das atividades, está
fazendo com a APLB (Sindicato dos Professores do Estado
da Bahia) do mesmo jeito que Fernando Henrique Cardoso
se posicionou com os petroleiros. FHC taxou e multou
os petroleiros quando em greve. Me surpreende e muito
Jaques Wagner, ex-sindicalista agir dessa forma. Fazer
greve é um direito inalienável do trabalhador,
previsto na lei”, disse a diretora de organização
da APLB de Salvador, Margarida Alves.
Em greve há 24 dias, sem obter avanço
nas negociações, o comando de greve
fez ontem um ato público na Praça da
Piedade em Salvador. Durante o manifesto foi feita
uma queima simbólica com cópias de contracheques
com o piso de R$324 em protesto. Na ocasião,
ainda foi exibido um caixão com a frase: “Aqui
jaz a educação pública da Bahia”,
e na lateral, foram colocados vários nomes
de colégios estaduais. O movimento coeso, clamou
ontem na Praça por um único grito de
guerra: “Quatro não, prioridade tem que
ser educação”.
Os manifestos não param por aí e podem
atingir uma proporção ainda maior. Os
professores estaduais convidaram os professores da
rede municipal para participar hoje, na Praça
da Piedade, de outro ato público.
Os professores estaduais que pedem aumento de 17%
e os professores da rede municipal querem um reajuste
salarial de 8,57%. No final de semana, os professores
estaduais não descansam para pausa. Sábado
e domingo, eles vão visitar alguns bairros
para distribuir panfletos e na segunda, haverá
uma reunião entre os professores. A próxima
assembléia acontece na próxima terça-feira,
às 9 horas, na quadra de esporte do Sindicato
dos Bancários, na Ladeira dos Aflitos.
Os professores das universidades estaduais permanecem
em greve devido a intransigência do governo
do Estado que se recusa a negociar.
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