O vereador líder do PT, Ademildo
Almeida, iniciou sua fala na Tribuna, lamentando
sobre a campanha que foi feita em benefício
a uma criança de nove anos de idade,
Mateus, que precisa viajar com seus pais
até São Paulo, para tentar
um transplante de fígado, e esta
campanha até o momento só
conseguiu arrecadar cerca de R$ 140,00 e
as passagens.
Para o vereador, a campanha foi mal divulgada
e por isso a comunidade não conseguiu
se sensibilizar com um problema de extrema
necessidade e o dinheiro arrecadado não
dará para custear as despesas de
viagem de Mateus e seus pais e por isso
solicitou de seus colegas de Câmara,
que se juntassem e cada um doando R$ 50,00,
perfazendo R$ 500,00, para ajudar esta família
que tem lutado para salvar a vida desta
criança.Todos os vereadores concordaram
com a sugestão do colega e a arrecadação
foi garantida e a viagem deve acontecer
nesta quinta-feira, 20.
O vereador informou que o projeto de sua
autoria, a pedido da comunidade evangélica
foi dado entrada na Casa, onde por sugestão
dos próprios evangélicos,
ficara instituído o dia 23 de setembro
como o “Dia do Evangélico”
no município de Ipirá. O vereador
pediu ainda que a primeira votação
do projeto só aconteça na
primeira Sessão Ordinária
no novo Plenário da Câmara,
para que possa proporcionar aos evangélicos
estarem presentes naquele dia.
Ademildo exortou da necessidade de se fazer
uma Sessão Especial para se discutir
à questão do setor coreiro
em Ipirá. Segundo o vereador é
inevitável se trazer a tona uma discussão
ampla sobre o assunto, pois tirando a fábrica,
este é o setor que mais emprega no
município de Ipirá. Para o
vereador, nosso município tem até
uma vocação para a pecuária,
em especial a pecuária de leite,
mas este é um setor que emprega muito
pouco. A agricultura até que abrange
um grande número de trabalhadores,
mas por estarmos na região do polígono
da seca, nossa agricultura é apenas
de subsistência e por isso o setor
coreiro tem que ser olhado com mais carinho
por todos os órgãos governamentais.
Ademildo chegou a afirmar que o Brasil produz
cerca de 400 mil carteiras ano, enquanto
Ipirá chega a produzir cerca de 100
mil, 30% da produção Nacional.
A produção da carteira do
município de Ipirá é
comparada à produção
de todo estado do Ceará.
-“Este ramo de atividade precisa ser
priorizado pelo poder municipal, que tem
poucos recursos para ajudar este setor e
principalmente pelo governo do estado. Nós
precisamos trazer aqui o secretário
de Desenvolvimento urbano, o senhor o Afonso,
para fazer um estudo profundo do que pode
ser feito para ajudar a esta classe, pois
não se pode apenas se oferecer uma
linha de crédito, dar o dinheiro,
para amanhã estar todos endividados.
Não é isso que nos queremos.
Nos queremos algo mais substancial. É
preciso um melhor gerenciamento, pois o
mercado hoje está muito complexo,
as pessoas têm que estarem atentas
para poderem acompanhar a evolução
de mercado, pois não pode continuar
este circulo vicioso, onde a produção
de Ipirá é levada para São
Paulo, recebe-se um cheque, às vezes
sem fundo ou então se entrega a mercadoria
e volta sem receber no compromisso de se
entregar outra leva de mercadoria para receber
a que entregou anteriormente e achando que
está se fazendo um bom negócio.
Esta Sessão Especial é para
se discutir toda esta problemática,
poderíamos trazer para Ipirá
o governo do estado com suas secretarias
próprias, para tentar uma solução
para este setor, pois a venda da carteira
gera emprego e renda para o nosso município.
Não é nem necessário
tentar se trazer para Ipirá um curtume
para facilitar a aquisição
da matéria prima, pois a instalação
de um curtume é muito complexa, depende
de verba alta sem falar no impacto do meio
ambiente. Continuaríamos a adquirir
a matéria prima em Petrolina que
não é tão distante
assim, mas este é o momento e a Câmara
de Vereadores não pode perder este
viés, na medida em que este é
um setor importante para a nossa economia”
destacou Ademildo.
Sobre a Sessão Especial para tratar
da segurança pública, Ademildo
falou que está encontrando dificuldades
para conseguir uma data para que o secretário
possa se fazer presente e por isso que possivelmente
esta Sessão aconteça sem a
presença dele, mas este é
um assunto que também não
pode deixar de ser discutido.
Ademildo falou ainda sobre o hospital municipal
de Ipirá, que pela primeira vez,
desde que foi construído há
quase 30 anos atrás, sofreu um reforma
estrutural, na medida em que aumentou o
espaço, ganhou novas enfermarias
na emergência e vai qualificar mais
o atendimento. –“É evidente
que a prefeitura não fez esta reforma
sozinha, já que teve a parceria com
o governo do estado, mais de qualquer maneira
o prefeito do município não
deixa de estar de parabéns, na medida
em que teve a sensibilidade de correr atrás
e empreender uma obra deste tipo. As pessoas
muitas vezes, e com razão, criticam
o hospital municipal de Ipirá.
É evidente que precisa ser criticado,
pois é criticando que as pessoas
acordam para fazer o que é certo,
mas, entretanto nos precisamos ser justos
na crítica. O hospital de Ipirá
esta lá, não tem um bom atendimento,
mas é o lugar nesta terra, que na
hora que você bate na porta, você
é atendido, pois os dois “cacetes
armados”, me desculpem, do posto de
vista da saúde, vocês não
contam com eles não, porque se alguém
bater na porta deles a noite, ninguém
vai ser atendido e a pessoa vai morre na
porta e na maioria das vezes estas duas
clinicas não tem médico apesar
de terem um convênio com o SUS, e
serem obrigadas e terem médicos e
quando é num ano eleitoral procura
se corrigir um pouco estas coisas. Não
bata na porta das duas clínicas durante
a noite, porque você não será
atendido e muitas das vezes pode morrer
na porta.
O hospital é criticado, mas é
lá onde você é atendido
a qualquer hora da noite e você nunca
chega para não encontrar médico.
Eu falo isso porque foram 20 anos de minha
vida que passei trabalhando semanalmente
naquele hospital, às vezes dando
dois plantões por semana, e via que
as clínicas não atendiam as
pessoas. Muitas das vezes as clínicas
atendem uma mulher de parto, mas o escândalo,
a promiscuidade é tão grande,
que a mulher de parto não é
atendida por um médico. Ela é
atendida por uma auxiliar de enfermagem,
que faz o toque, que a escuta, que diz se
estar na hora ou não, delibera conduta
médica, que manda voltar para casa.
Este é o maior escândalo que
já presenciei nesta terra, e o que
é pior, a sociedade concorda, o povo
aceita, o povo acha que isto é normal.
As duas clínicas têm o aval
das pessoas para praticar o crime. E quantas
crianças foram sequeladas. Se pegar
todas as crianças com seqüelas
de parto em Ipirá enche uma Van para
levá-las para o Sara em Salvador
e esta cidade silencia, o que é um
absurdo” afirmou Ademildo.
Aparteado pelo vereador Benedito que falou
que concordava em parte com Ademildo, mas
discordava de outras partes. Benedito afirmou
que nenhuma das clínicas particulares
tem convênio para atender emergência,
exceto parto e todos sabem que emergência
é um serviço do hospital e
solicitou que Ademildo apresentasse na Câmara
algum documento que comprovasse que as clínicas
recebem do SUS para atender emergência.
-“ Eu quero dizer ao colega Benedito
que estranho o colega dizer que as clínicas
não têm convênio para
atender emergência. Um parto é
uma emergência. Pra parto tem convênio
e para as outras coisas não tem?
Onde é que esta escrita no convênio
que o parto sim, pode ser atendido, mas
uma outra emergência não pode
ser atendida. Você sabe por que o
parto é atendido? Porque o parto
entra hoje e sai amanhã. Nem comer
a paciente come. Só faz sujar a roupa
e nem precisa do médico, porque a
parteira mesmo faz o parto e a paciente
não vê o médico nem
na hora da alta”. Enfatizou Ademildo
e neste instante o clima ficou tenso, pois
o vereador Benedito mesmo sem pedir a parte,
interrompeu a fala de Ademildo para dizer
que discordava de sua afirmação,
pois ele sempre trazia pacientes para ganhar
neném nas clínicas e nunca
viu estes procedimentos que ora estava sendo
denunciado pelo vereador Ademildo, que retrucou
a defesa do vereador Benedito, afirmando
que ele estava defendo duas clínicas,
que fraudam, roubam o SUS. |