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(Reuters) – O presidente
eleito Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta
quinta-feira que a apresentação de um relatório
sobre as urnas eletrônicas pelas Forças Armadas
foi um episódio “humilhante” e “deplorável”
para os militares e afirmou que o presidente
Jair Bolsonaro deve um pedido de desculpas à
sociedade e às próprias forças.
“Ontem aconteceu uma coisa humilhante, deplorável
para nossas Forças Armadas. Um presidente da
República, que é o chefe supremo das Forças
Armadas, não tinha o direito de envolver as
Forças Armadas a fazer uma comissão para investigar
urnas eletrônicas, coisa que é da sociedade
civil, dos partidos políticos e do Congresso
Nacional, e o resultado foi humilhante”, disse
Lula em discurso durante reunião com parlamentares
em Brasília.
“Ele tem obrigação de vir à televisão e pedir
desculpas à sociedade brasileira e pedir desculpas
às Forças Armadas por ter usado as Forças Armadas,
que são uma instituição séria, que são uma garantia
para o povo brasileiro contra possíveis inimigos
externos, fossem humilhadas apresentando um
relatório que não diz nada, nada, absolutamente
nada daquilo que durante tanto tempo ele acusou”,
acrescentou.
As Forças Armadas fizeram parte de uma comissão
de acompanhamento e fiscalização das eleições
após um convite feito no ano passado pelo então
presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE),
Luís Roberto Barroso, e passaram a fazer eco
aos questionamentos sem provas que Bolsonaro
faz com frequência a respeito das urnas eletrônicas.
Na quarta, o Ministério da Defesa entregou ao
TSE um relatório que aponta que não houve fraude
nas eleições, mas apontou vulnerabilidades hipotéticas
no sistema de votação e pediu que sejam avaliadas
com urgência por meio da criação de uma comissão.
O TSE, que nos últimos meses mediu forças com
os militares a respeito da segurança das urnas
eletrônicas, emitiu nota oficial logo após a
divulgação em que disse ter recebido com satisfação
o documento que “não apontou a existência de
nenhuma fraude ou inconsistência nas urnas eletrônicas
e no processo eleitoral”, e disse que as sugestões
encaminhadas para aperfeiçoamento serão “oportunamente
analisadas”.
Fonte:
Reuters, por Lisandra Paraguassu
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