Reflexão — Por Paiva Netto
 

           “Moto-Contínuo é o mesmo que Moto-Perpétuo. Imaginemos, valendo-nos da explicação tradicional, um aparelho que funcionasse para todo o sempre sem consumo de energia, apenas movido por um sistema que continuamente transformasse energia em trabalho. Pelo atual patamar da Ciência, tamanho feito é impossível de ser realizado, pois se opõe aos dois primeiros princípios da Termodinâmica: ‘Primeiro princípio — Existe uma função V (a energia interna cuja variação durante uma transformação depende unicamente do estado inicial e do estado final). (...) Segundo princípio (de Carnot) — Exprime a irreversibilidade dos processos macroscópicos espontâneos. Existem inúmeros enunciados desse princípio, todos equivalentes (...)’.

           “Essa restrição compreende-se em virtude do estágio contemporâneo do conhecimento científico, que, por sinal, se vai libertando dos grilhões materiais. Assim, de certa forma, aproximando-se da Causa causarum, ou Causa das causas: Deus, que é Espírito. ‘Desmaterializada a Física’, os fundamentos científicos da Termodinâmica haverão de perder suas bases tradicionais, finalmente possibilitando a descoberta da fórmula do Moto-Perpétuo, sustentada nas novas concepções de uma ciência que transcende a matéria. O Espírito é a origem de tudo. Não se trata de uma reação química do corpo humano. Por ser eterno, infinita é a sua energia, a qual se transforma em trabalho, sem que se desgaste. O Espírito é o Moto-Perpétuo. Deus é Espírito. Portanto, Deus é o Moto-Contínuo.
           “Pelo prisma espiritual, o Moto-Perpétuo não é impossível de ser concebido, o que se dará a partir da compreensão científica do Mandamento Novo de Jesus, ou seja, o Amor elevado à potência infinita (Evangelho, segundo João, 13:34 e 35; 15:12 a 17 e 9). Essa Lei revelada pelo Cristo significa, pois, ‘a essência de Deus’, na conclusão de Alziro Zarur (1914-1979). O Universo (e o que poderá tê-lo antecedido) é impulsionado por qual energia? Pelo Moto-Perpétuo, ou seja, o Espírito Divino, que a Ciência, na época apropriada, desvendará e da qual possivelmente fará o resumo na forma de uma extraordinária equação. Max Planck (1858-1947), com a Ciência Quântica, e Albert Einstein, com a Teoria da Relatividade, deram, no mundo moderno, a partida para o grande feito, que a filosofia dos gregos tangenciou e a mística (bramânica e budista) há muito vem apontando. Um dos maiores óbices a serem vencidos pelos Seres Humanos na grande trajetória para a compreensão de Deus, sob o ponto de vista da Ciência, é deliberar a respeito de que estão pesquisando: sobre Que ou Quem? Ou sobre o Deus Quem e/ou Quê? (não o quê, como uma lata na rua, ou um pedaço de papel rasgado), todavia um Quê Divino, o qual, quando a Ciência O decifrar, abrir-lhe-á horizontes em dimensões múltiplas da Sabedoria e da Moral quintessenciadas. Questões que instigaram estudiosos do quilate de filósofos, como o brasileiro Huberto Rohden (1893-1981) e o italiano Pietro Ubaldi (1886-1972).”

 
José de Paiva Netto — Jornalista, radialista e escritor.
É diretor-presidente da Legião da Boa Vontade.
paivanetto@uol.com.br — www.boavontade.com
__________________________________________________________
Pensamento extraído do livro Reflexões da Alma, p. 130, obra de autoria de Paiva Netto e publicada pela Editora Elevação. O best-seller já atingiu a marca de mais de 230 mil livros vendidos.
 

 
 
  Topo

Copyright © EXPOVIDEO - Todos os direitos reservados