O
pacote de bondades que o governo vai anunciar
ainda este mês para atenuar o impacto da
crise financeira vai abranger quatro áreas
consideradas estratégicas: habitação,
construção civil, indústria
automobilística e agricultura. Em conversas
reservadas, no Palácio do Planalto, o presidente
Luiz Inácio Lula da Silva disse que a ?pancada?
na economia está indo ?muito além?
do esperado.
Depois
de reduzir a carga do Imposto sobre Produtos Industrializados
(IPI) da indústria automobilística,
a equipe econômica deve agora incentivar
a compra de carros usados. Na semana passada,
o ministro da Fazenda, Guido Mantega, deu uma
pista do que o governo prepara: afirmou que a
compra de parte do Banco Votorantim pelo Banco
do Brasil permitirá aumentar o financiamento
de veículos, principalmente os usados.
A instituição tem grande experiência
na administração de carteiras de
crédito para o setor.
Preocupado
com as demissões na indústria automobilística
- no início da semana, a General Motors
anunciou que dispensará 744 funcionários
-, Lula está convencido de que é
preciso socorrer os setores estratégicos
da economia para manter os empregos e o consumo.
O governo também vai anunciar, até
fevereiro, um plano de mobilidade urbana, com
investimentos em metrô, corredores de ônibus
e veículos leves sobre trilhos nas grandes
cidades.
Lula
ficou contrariado com o presidente da Federação
das Indústrias do Estado de São
Paulo (Fiesp), Paulo Skaf, que, em meio às
negociações com as centrais sindicais
para redução da jornada de trabalho
e salários, disse que, mesmo com acordo,
as empresas não podem se comprometer a
manter postos de trabalho. Na avaliação
do governo, as medidas tomadas até agora
para impedir a recessão restabeleceram
a liquidez, mas os dois maiores problemas, hoje,
estão relacionados aos juros altos e ao
spread bancário - diferença entre
o custo de captação dos recursos
e a taxa que é cobrada do cliente. As informações
são do jornal O Estado de S. Paulo.