dados
em alta velocidade pela rede de energia.
Com ela, cada tomada de uma casa pode passar a ser
um ponto de rede, sem a necessidade de passar fios
ou quebrar paredes, bastando conectar um modem na
saída de energia.
Várias empresas de energia vêm testando
o acesso à Web pela rede elétrica,
mas a regulamentação por parte da
Agência Nacional de Telecomunicações
(Anatel) só agora começa a dar seus
primeiros passos.
Por isso, como explicou a diretora-geral da AES
Eletropaulo Telecom, Teresa Vernaglia, a empresa
implantou a estrutura, mas a condição
para expandir o investimento "é ter
a regulamentação", algo que ela
espera que já tenha ocorrido até o
primeiro trimestre do ano que vem.
Segundo a executiva, a tecnologia BPL, também
conhecida por PLC (de Powerline Communication),
é avaliada pela companhia há dois
anos como forma de expandir a capilaridade da rede.
"Os clientes nos pedem" essa alternativa,
disse ela a jornalistas nesta quinta-feira.
Hoje a rede da Eletropaulo Telecom tem 2 mil quilômetros
de extensão em fibras ópticas cobrindo
4,5 milhões de domicílios e mais de
700 mil empresas na Grande São Paulo, mesma
região onde está a distribuidora de
energia.
Em novembro do ano passado a companhia ativou 20
prédios na região de Moema, na capital
paulista, onde estão concentrados 1 mil domicílios.
Hoje, 300 prédios estão ativados,
com 15 mil domicílios "iluminados"
pela fibra óptica. A companhia distribui
o sinal de Internet da fibra ótica por cabos
de energia da rede de baixa tensão que, por
sua vez, chega até cada tomada elétrica
dos clientes.
Como explicou a executiva, a Eletropaulo Telecom
"vai manter o modelo de negócios atual",
ou seja, só irá fornecer a infra-estrutura
para operadoras e provedores e não vender
para o consumidor final.
"Não temos intenção de
competir com nossos clientes", disse ela. Por
isso, a idéia é que as próprias
operadoras comercializem esse tipo de acesso aos
usuários.
Na avaliação de Teresa, "o custo
(do BPL) é competitivo com outras tecnologias"
de banda larga, como cabo, ADSL e WiMax, mas o preço
para o consumidor vai ser política de cada
operadora.
Ela citou a facilidade de instalação
e a rapidez no atendimento a novos clientes como
diferenciais importantes dessa nova alternativa.
A rede pode chegar ao cliente de duas formas: através
de um equipamento colocado no poste de transmissão
de energia elétrica para que a fibra óptica
seja distribuída na rede de baixa tensão
ou através do próprio medidor de energia
de um prédio, quando a fibra chegar até
ele.
Segundo Teresa, os equipamentos instalados nos medidores
de energia e os modems já estão homologados
pela Anatel. A nova regulametação
da agência, explicou ela, vai permitir também
a homologação do equipamento que vai
no poste, o que facilitará a disseminação
do serviço a um número muito maior
de pessoas.
De acordo com a diretora, "nesse um ano de
testes, não temos nenhum registro de interferência"
no sinal de Internet, como costumava ocorrer anos
atrás no início do uso do PLC.
Caso essas interferências ocorram em alguns
casos, no uso simultâneo de aparelhos eletrodomésticos
e acesso à Internet, afirmou ela, existem
filtros para as tomadas que corrigem o problema.
Teresa afirmou que o fato de oferecer essa infra-estrutura
em uma região como a Grande São Paulo,
onde existem outras alternativas, não tira
o seu apelo porque "isso não quer dizer
que a região está bem atendida".
Segundo ela, na região existem muitos bairros
onde a capacidade das operadoras já está
sobrecarregada, como Granja Viana, Morumbi, Alphaville
e Alto da Boa Vista.
Nesses casos, as operadoras ganham uma opção
para atender o público sem quebrar paredes
ou ter de fazer novos investimentos em infra-estrutura,
disse ela.
A banda larga pela rede elétrica é
alvo de testes no Paraná, Rio Grande do Sul,
Minas Gerais e em localidades de periferia, como
Barreirinhas, no Maranhão.
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