Cresce o número de pessoas endividadas que
buscam ajuda nos órgãos de Defesa
do Consumidor. São, na maioria, clientes
que pegam dinheiro emprestado e não conseguem
mais pagar. Este tipo de queixa já ocupa
o segundo lugar entre as reclamações
no Procon em Salvador.
Os cartazes costumam vender
sonhos: dinheiro fácil e sem burocracia,
com taxas de juros imperdíveis. Para muita
gente são vantagens atraentes. Mas tantas
facilidades podem se tornar uma armadilha.
Foi
o que aconteceu com a auxiliar-administrativa Solange
Sousa. Ela precisava de dinheiro rápido para
pagar a matrícula da faculdade do filho.
Assinou o contrato sem reparar nos juros de quase
88% ao ano. 'Eu queria resolver o meu problema.
Estava muito nervosa e não li o contrato
como deveria ter lido'.
A
saída foi o Procon, caminho que outras 1.493
pessoas já fizeram este ano em Salvador.
'É importante ressaltar que o Código
de Defesa do Consumidor estabelece que determinadas
cláusulas que são feitas em prejuízo
ao consumidor que assinou o contrato não
são válidas. Elas são nulas
e, elas sendo nulas, é como se elas não
tivessem sido inscritas', explica Cristiana Santos,
superintendente do Procon.
O
economista Hidelbrando de Carvalho explica que antes
de pegar o empréstimo, é preciso ficar
atento à duração do contrato,
principalmente analisar a taxa de juros. 'Mesmo
a prestação cabendo no orçamento
familiar, a pessoa não deve tomar o empréstimo
sem antes saber qual o valor da taxa anual. 12%
ao ano é um excelente negócio. Acima
disso já é abuso'.
O
Procon também informa que no caso de anulação
de cláusula abusiva de contrato, não
há uma decisão padrão da justiça.
Os casos são analisados individualmente.
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