Mulheres e dólar barato impulsionam vendas
nos sex shops

Alícia Uchôa, 13 de Julho de 2008
Elas já representam 80% das compras e fazem subir o número de butiques sensuais. Mercado movimenta cerca de R$ 900 milhões por ano, com 75% de produtos importados.

Nada de sexo trivial. Cada vez mais a mulher brasileira adere às novidades de sex shops e butiques eróticas. Com música ambiente, decoração discreta e champagne, o mercado erótico vem apostando no público feminino, que já representa 80% do segmento.

Além do charme das lojas, a queda na cotação do dólar colaborou para um boom no setor, que aumentou 66% só nos dois últimos anos.

Livros, velas, lingerie e brinquedos eróticos povoam as prateleiras da Pink Chic (Foto: Divulgação)

“As lojas físicas estão se direcionando para o público feminino por conta da demanda. Não só no aspecto visual, mas no atendimento. Hoje elas representam 80% do poder de compra no setor, em 1997 era apenas 5%”, diz Evaldo Shiroma, presidente da Associação Brasileira das Empresas do Mercado Erótico e Sensual.

Mercado movimenta R$ 900 milhões por ano

Para cativar a mulherada, as butiques investem em lingeries de marca e modelos que apostam na sensualidade, sem vulgaridade. Há ainda serviços como salão de beleza, chá de lingerie, dia da noiva, ensaio sensual e cursos como pompoarismo e massagem tântrica.

“É a mulher é quem tem o poder de decisão no relacionamento. Ela escolhe e o marido leva o produto para apimentar a relação”, atesta Shiroma, ressaltando que esse mercado movimenta R$ 900 milhões por ano.

O número é significativo, mas pouco se comparado aos US$ 12 bilhões gastos pelos americanos. “O reflexo do dólar baixo está nas lojas físicas, virtuais e nas vendas domiciliares. Hoje, 75% dos produtos são importados”, conta ele.

Sexy day e cosmético sensual
Há pouco mais de dois anos no mercado, a Madame Blanchye viu o segmento da butique erótica crescer 40% em relação às lingeries. Para movimentar a seção, resolveu investir em cosméticos sensuais.

“Desde que começamos a vender, já precisei aumentar as encomendas com o fornecedor em 75%”, conta a sócia Márcia Ewerton, de 42 anos, que

Na Madame Blanchye, cosméticos sensuais e brinquedos ganharam um espaço à parte, em sala discreta e charmosa (Foto: Divulgação)
investiu R$ 180 mil no negócio e teve o retorno em apenas um ano. Hoje já são 1.800 clientes cadastradas.

Para incentivar as mais tímidas, algumas vezes por mês ela promove o Sexy Day e o Sexy Card. No primeiro, coloca uma consultora de plantão para dar dicas e tirar dúvidas de relacionamento e sexo; no segundo, uma fotógrafa faz ensaios sensuais, que podem ser até com a roupa da cliente, e monta um cartão com foto para virar presente.

Na Pink Chic, além de modelos ousados e brinquedos, salão de beleza e bar. “Ampliamos para itens como livros, bolsas, fitness, além de serviços de estética”, enumera a sócia Juliana Stringhini, de 28 anos, que promove dia da noiva e chá de lingerie

Procura por franquias dispara
Seguindo o que já acontece com a Madame Blanchye e a Pink Chic, a Pselda, uma das primeiras no ramo no Rio, já abriu as portas em Brasília e recebeu convites para franquias em São Paulo, Mato Grosso e Rio Grande do Norte.

“Estou freando um pouco para conseguir atender à produção. Abri uma loja em Búzios para ficar um mês, só no verão, mas deu tão certo, que segue funcionando”, orgulha-se a sócia Suzana Leal, de 50 anos.

Ela lembra que foram R$ 50 mil de investimento inicial e hoje já tem até linha própria e sob medida de lingeries. “Já colocamos quase R$ 2 milhões nesses três anos”, diz ela. “Tenho certeza que apostei no filão certo”, sintetiza

As sócias da Pink Chic Juliana Stringhini e Bárbara Nacarato investiram em pesquisa de mercado (Foto: Divulgação)
Márcia, da Madame Blanchye.
 
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